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quarta-feira, 6 de abril de 2011

DAD - ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

Todo processo que se segue nos próximos 8 artigos são fundamentais para que você possa entender a Doença Articular Degenerativa - DAD.  Sem essas ferramentas não será possível entender a patofisiologia, muito menos as manifestações clínicas e principalmente a instituição de um protocolo de tratamento fisioterapêutico. BOM ESTUDO!
ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
            O rápido e indolor movimento necessário para as atividades diárias, a recreação e o trabalho resultam da ação dos músculos através das articulações sinoviais.  Mesmo as atividades aparentemente simples, como a de agarrar e virar a maçaneta da porta ou de abrir um pote, requerem o movimento controlado e eficiente de mais de 20 articulações sinoviais.  Jogar basquete ou voleibol requer o movimento hábil e rápido de mais 100 articulações sinoviais.
Todas as articulações sinoviais participam da mesma estrutura.





            As superfícies articulares congruentes são cobertas com cartilagem e suportadas pelos ossos subcondral e metafisário, pelas cápsulas articulares e por ligamentos que unem os ossos que suportam as superfícies articulares e as membranas sinoviais que alinham as superfícies internas da articulação (exceto para a cartilagem articular).  Em algumas articulações, densos tecidos fibrosos dos meniscos se colocam entre as superfícies à cápsula da articulação.
            O conteúdo a seguir é apenas uma pequena revisão conceitual de parte do estudo da artrologia, didaticamente vital para a compreensão final de uma doença articular degenerativa.
TIPOS DE ARTICULAÇÃO
            As articulações sinoviais variam em tamanho, número de superfícies articulares, configuração, alcance e tipo de movimento.
As articulações podem ser classificadas quanto a estrutura, função e morfologia:

A)     Quanto a estrutura:

a.      Articulações fibrosas (sinartrose) ou imóveis
                                                              i.      É composta por tecido conjuntivo fibroso. A grande maioria é encontrada no crânio. Obviamente a mobilidade dessa juntura é extremamente reduzida,embora o tecido fibroso conceda certa elasticidade ao crânio (antes da maturação óssea).
Existem três variedades de articulações fibrosas:
1.      - Sindesmoses: Nestas articulações, o tecido interposto é fibroso, mas não ocorre entre os ossos do crânio. Na anatomia, o único exemplo descrito de sindesmose é a tíbio-fibular(extremidades distais da tíbia e da fíbula).



2.      - Suturas: São encontradas nos ossos do crânio. A maneira em que as bordas dos ossos se encontram nos permitem ainda classifica-las em suturas planas (retilíneas),suturas escamosas (bisel), suturas serreadas (linha dentada) ou sutura esquindilese (encaixe).



3.      - Gonfose: É a articulação por inserção de um processo cônico em uma cavidade; é observada nas articulações das raízes dos dentes com os alvéolos da mandíbula e da maxila.



b.      Articulações cartilaginosas (anfiartrose) ou com movimentos limitados
                                                              i.      São as articulações nas quais a junção dos ossos é feita por tecido cartilaginoso. Existem duas variedades: a sincondrose e a sínfise.
1.      - Sincondrose: Forma temporária de articulação,na qual a cartilagem é convertida em osso antes da idade adulta. Essas articulações são encontradas entre as epífises e os corpos dos ossos longos,entre o occipital e o esfenóide na época do nascimento e por alguns anos depois, e entre a parte petrosa do temporal e o processo jugular occipital.



2.      - Sínfise: É a articulação na qual as superfícies ósseas são unidas por discos fibrocartilagíneos,achatados, como nas articulações entre os corpos das vértebras ou entre os ossos púbicos.



c.       Articulações sinoviais (diartrose) ou junturas de movimentos amplos.
                                                              i.      Representam a maioria das junturas do corpo. Nessas junturas,as superfícies ósseas são recobertas por cartilagem articular e unidas por ligamentos revestidos por membrana sinovial. Possuem ampla mobilidade, e o elemento que se interpõe às estruturas ósseas é a sinóvia ou líquido sinovial. Assim, o contato entre as superfícies articulares não é a principal estrutura ou característica,mas sim a cápsula articular. A cápsula articular é uma espécie de manguito que envolve a articulação,fixando-se nos ossos que se articulam.
A cavidade articular é o espaço virtual onde se encontra o liquido sinovial,responsável pela lubrificação que reduz o atrito entre as estruturas, permitindo o deslizamento com o menor desgaste possível. Assim,cápsula articular,cavidade articular e liquido sinovial (sinóvia) são características de articulações (junturas) sinoviais. Entretanto, os componentes da articulação sinovial são cápsula articular, cavidade articular, membrana sinovial, líquido sinovial, cartilagem articular, ligamentos intra e extra articulares.



B)     Quanto a função:

a.      Os movimentos das articulações dependem essencialmente da forma das superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classificá-las funcionalmente.
                                                              i.      Articulação Monoaxial - Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo (1 grau de liberdade). As articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais. Há duas variedades nas quais o movimento é uniaxial: gínglimo ou articulação em dobradiça e trocóide ou articulação em pivô.
1.      - Gínglimo ou Articulação em Dobradiça: as superfícies articulares permitem movimento em um só plano. As articulações são mantidas por fortes ligamentos colaterais. Exemplos: Articulações interfalangeanas e articulação úmero-ulnar.



2.      - Trocóide ou Articulação em Pivô: Quando o movimento é exclusivamente de rotação. A articulação é formada por um processo em forma de pivô rodando dentro de um anel ou um anel sobre um pivô. Exemplos: Articulação rádio-ulnar proximal e atlanto-axial.



                                                            ii.      Articulação Biaxial - Quando uma articulação realiza movimentos em torno de dois eixos (2 graus de liberdade). As articulações que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-cárpica (articulação do punho) são biaxiais. Há duas variedades de articulações biaxiais: articulações condilar e selar.
1.      - Articulação Condilar: Nesse tipo de articulação, uma superfície articular ovóide ou condilar é recebido em uma cavidade elíptica de modo a permitir os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e circundução, ou seja, todos os movimentos articulares, menos rotação axial. Exemplo: Articulação do pulso.



2.      - Articulação Selar: Nestas articulações as faces ósseas são reciprocamente côncavo-convexas. Permitem os mesmos movimentos das articulações condilares. Exemplo: Carpometacárpicas do polegar.



                                                          iii.      Articulação Triaxial - Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três eixos (3 graus de liberdade). As articulações que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril. Há uma variedade onde o movimento é poliaxial, chamada articulação esferóide ou enartrose.
1.      - Articulação Esferóide ou Enartrose: É uma forma de articulação na qual o osso distal é capaz de movimentar-se em torno de vários eixos, que tem um centro comum. Exemplos: Articulações do quadril e ombro.



2.      Existe ainda outro tipo de articulação chamada Articulação Plana, que permite apenas movimentos deslizantes. Exemplos: Articulações dos corpos vertebrais e em algumas articulações do carpo e do tarso.



C)     Quanto a morfologia:

a.      Plana: As superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas,permitindo um suave deslizamento entre elas. Um exemplo característico é a articulação sacroilíaca. Outros exemplos são as articulações dos ossos do carpo e do tarso (que em conjunto,permitem uma mobilidade considerável).

b.      Gínglimo(dobradiça): Movimentos de flexão e extensão(cotovelo). São monoaxiais (permitem apenas um grau de movimento).

c.       Trocóide: Neste tipo,uma das superfícies articulares é cilíndrica,permitindo a rotação em um eixo único de movimento longitudinal ou vertical. Um exemplo clássico é a articulação rádio-ulnar proximal, responsável pelo movimento de pronação e supinação do antebraço.

d.      Condilar: Uma das superfícies articulares é elípticas;estas estruturas permitem flexão,extensão,adução,abdução,mas não a rotação. São biaxiais (permitem dois graus de movimento),e um exemplo é a articulação rádio-cárpica e a ATM.

e.      Em sela: A estrutura da superfície articular apresenta uma concavidade num sentido e convexidade em outro. A articulação carpometacárpica do 1º dedo é um exemplo disto. É considerada biaxial pois apesar de realizar a circundação,não realiza a rotação isoladamente.

f.        Esferóide: Apresentam segmentos esferóides que se encaixam em receptáculos ocos. Este tipo de articulação permite os movimentos triaxiais(três graus de movimento) e,portanto,os de maior variação. O ombro e o quadril permitem movimentos de rotação, circundação, flexão, extensão, adução e abdução.


No próximo artigo abordarei as questões biomecânicas
de maior relevância nas articulações sinoviais.

Um comentário:

  1. hummm gostei das apresentações das articulações...assim pude tirar algumas dúvidas que o professor as vezes não menciona na sala!!

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